Orlik Oulam é uma travessia fabulatória que funde profecia e delírio, ciência e feitiçaria, eros e mutilação. Um texto em estado de espiral, onde a linguagem se distorce como carne tensionada por fios. Neste canto distópico — ou tecnomágico, como propõe o subtítulo — seguimos Orlik, figura alada e transmutável, numa missão impossível: levar palavra, retornar com saberes, sobreviver à travessia e aos cortes que o texto, literalmente, inscreve em seu corpo.
 
be rgb constrói uma ficção ritualística, onde vozes plurais se amalgamam para narrar, implorar, instruir, torturar e desejar Orlik. O livro se estrutura como uma liturgia fragmentária, em que a performance da linguagem é também performance do corpo, da carne em trânsito entre mundos. Entre alegoria mitológica, escatologia queer e embates teológicos alucinatórios, Orlik Oulam tensiona gênero, matéria e forma em cada dobra de sua voz.
 
Como segundo título da coleção Coisas ainda sem nome, o livro intensifica a proposta editorial: radicalizar os limites do literário, instaurar zonas de experimentação em que o texto é ferida, arquivo e encantamento. Orlik, com seus olhos azinhavrados e asas dilaceradas, não é apenas personagem — é vetor de uma estética que canta o impossível: um mundo por vir que ainda não se nomeia.
 
Lançamento e envios em julho.